quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A nova década da Previdência

Outro ano chegou ao seu final, e como de costume dois recordes foram batidos: o tamanho do déficit do INSS e a captação de recursos dos planos de previdência privada.
Ambos os recordes não ocorrem simultaneamente por mera coincidência. O brasileiro, ano a ano, vem notando que a previdência pública não mais atenderá nem as necessidades básicas da classe média, o reflexo disso é que mais de 10 milhões de pessoas já possuem um plano de previdência privada, o que representa reservas acumuladas de mais de R$ 210 bilhões. Em 2010, esse público terá contribuído com algo próximo a R$ 45 bilhões.
O potencial da previdência privada, ou melhor, a sua necessidade, aumenta constantemente. Com o aumento da expectativa de vida e com a política de reajuste das aposentadorias do INSS, em duas ou três décadas todos nós estaremos recebendo algo próximo a um salário mínimo.
Muitos jovens na casa dos 20 ou 30 anos acham que ainda é cedo para pensar em aposentadoria, contudo este é um erro gravíssimo. Iniciar o planejamento nessa fase da vida é o segredo para um esforço menor e para uma aposentadoria mais segura. Por outro lado, quem já está na casa dos 40 ou 50 anos pode achar que já é tarde demais para adquirir um plano. Outro engano terrível, pois mais vale possuir uma complementação modesta de um plano de previdência complementar, do que depender somente da aposentadoria do governo ou ainda da caridade de familiares.
Muitas pessoas não fazem seu plano previdenciário, pois alegam não possuírem recursos, mas gastam mensalmente R$ 100, R$ 200 ou até mais com juros bancários e outras taxas cobradas por instituições financeiras por utilizarem o limite da conta-corrente de maneira inadequada. Todo esse dinheiro é literalmente jogado na lata do lixo, quando poderia estar sendo reservado para garantir o futuro em um plano de previdência privada.
A partir da decisão tomada de ter uma aposentadoria melhor, você deve seguir alguns passos para garantir a sua tranqüilidade. A primeira ação a ser tomada é iniciar a busca por um plano de previdência que tenha taxas justas e seja administrado por uma empresa confiável.
Para quem possui quantias acima de R$ 50.000 ou R$ 100.000 para fazer um aporte inicial no plano ou iniciar suas contribuições mensais com patamares acima de R$ 500 ou R$ 1.000, os planos de previdência oferecidos pelas seguradoras ligadas a bancos ou seguradoras independentes podem oferecer taxas e rentabilidades competitivas. Mas para quem vai começar a poupar agora, os mais indicados são os planos das seguradoras independentes, já que estas não possuem acesso direto aos clientes bancários e por este motivo oferecem melhores condições para os poupadores. Um corretor de seguros especializado poderá lhe ajudar na tarefa de escolher a melhor empresa.
O próximo e mais importante passo é lembrar-se sempre de fazer uma pesquisa para analisar a solidez e a confiabilidade da empresa que irá administrar a sua aposentadoria. A Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é o órgão do Ministério da Fazenda responsável pela fiscalização e normatização deste mercado, é a principal fonte de consulta. Um ótimo 2011 e um Feliz novo Plano de Previdência.

*Keyton Pedreira é economista especializado em previdência pública e complementar, advogado e diretor-executivo da Nunes & Grossi Seguros.

Fonte: IRB - Brasil Resseguros - 24/01/2011

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